3/23/2017

Clássicos!

- Brincar no meio da rua
- Andar às cavalitas do padrinho
- Correr na associação da aldeia e achar que é um bar
- Sentar o rabo no balcão do café
- Comer chocolates até ficar com bigodes
- Chocolates que sabem a sabão e têm um carro na prata
- Chapéus de chuva da regina


...
Não sei se é desta fase, se é das hormonas, mas tenho tido recordações boas e nostálgicas principalmente quando me cruzo com coisas que me levam de imediato para os lugares da minha infância.
Cruzei-me com os chapéus de chuva de chocolate da regina destes dias enquanto fazia compras, não da versão do papel às riscas, mas na versão páscoa e não resisti, vieram comigo para casa.
Enquanto enchia o carrinho, recordava as tardes de inverno que entrava na associação da minha terra às cavalitas do meu padrinho, e escolhia entre muitos chocolates um destes chapéus, e sentada no balcão enquanto ele e o meu pai e mais alguns homens conversavam e bebiam um copo de três ou uma cerveja com gasosa, e eu me lambuzava até ficar com bigodes a comer devagar o meu chapéu de chocolate da regina..

diz que a felicidade está nestes pequenos clássicos, nestas pequenas lembranças, nas boas recordações, que pouco a pouco foram deixando a sua marca e nos trouxeram ao lugar onde estamos hoje...
Trouxeram estes chapéus cá para casa e sem esperar foram ficando, e fui demorando para os abrir e provar o chocolate duro de leite... como se quisesse prolongar a lembrança que me trouxeram. Será ela sempre minha, mesmo depois de os fazer desaparecer sem bigodes e com a pressa de quem já cresceu e não se senta em cima de um balcão a comer chocolate como se o tempo não quisesse passar!!

2/21/2017

não se ama sozinho...


o amor é um estrada, um caminho qualquer, desordenado onde nos perdemos sempre mais do que nos encontramos.
o amor é um tempo pequenino em tic-tac gigantes, enrolado em sol abrasador e tempestades de neve.
o amor é quase sempre uma interrogação, por vezes uma afirmação cheia de reticências.
o amor é bem e mal num jogo de roleta russa, sempre mais cinzento que preto ou vermelho. sempre mais circular que quadrado.
o amor vive devagar num mundo que corre.
corre ás nossas costas e tantas vezes por rapidez demais se perde!


o amor é quase sempre um espera... e mais que o bom tempo da primavera, ou o calor do verão, o amor é quase sempre o viver devagarinho do relógio que marca horas enquanto simplesmente se espera que o céu limpe e o mau tempo passe...

o amor é a espera acompanhada que o bom tempo venha.
não se ama sozinho ... no amor que sabe esperar!



<3 nbsp="" p="">2017
el chalten, patagónia



2/20/2017

para lá do que a vista alcança!

E um dia a tua vida é subitamente sempre mais do que a vista alcança!
Sem filtros, cheia de Ss, melhores caminhos, com aquela luz e sempre muito para lá do que os olhos podem ver!


Lisboa
2017


2/01/2017

fevereiro!

Colado ao maior mês do ano, chega devagar o mais pequeno...
Eu mais atenta a começos, criei em mim a rotina de agradecer ainda com mais consciência ao que conseguimos levar connosco, em cada inicio de mês que por mim passa.
Talvez depois de perdas, medos, sustos e páginas em branco que se colocam em frente de nós a gritar ansiosamente por serem escritas, as pequenas coisas façam sempre e cada vez mais sentido. 
A gratidão de na maior das tempestades conseguri encontra a mais gigante bonança e de a poder trazer a salvo desde 2016 é tão grande que nenhuma palavra de agardecimento ou fascinação a pode explicar. 
Começar um mês na certeza que todos os exageros que sinto, dos minúsculos e quase banais, aos que me afagam o peito, é ter por vezes uma tranquilidade quase estranha, de que mesmo não adivinhando o futuro, saber só porque sim que tudo vai dar certo. 
Fevereiro começa e eu continuo os meus pequenos passos nos meus grande projectos, continuo a perder-me entre o excesso de energia e a preguiça da falta dela, entre os abraços muitos que tenho recebido, que nunca tinha notado serem tantos, embora me acompanhem há tanto tempo.
Permito-me todos os dias e cada dia mais a perder-me de amores, com todos os riscos e mais alguns que possam nessa perda existir...

Olho para fevereiro e quero que seja como janeiro, um tempo de relativizar o que não podemos controlar e uma coisa de cada vez vamos fazendo, arrumando e tentando resolver.
Pés na terra e no caminho, com a crença viva, que cada recomeço é a prova de que se supera quem não desiste da sua caminhada.
Quero que Fevereiro cresça comigo no melhor de mim e me mostre como exagerar nas coisas boas não é de vergonhas é de aprendizagens.
Passa por nós fevereiro, que cada dia do teu pequeno mês seja um exagero de vida, afinal de contas diz que fomos feitos para viver... viver muito!